24 de julho de 2009

Levemente Suspensa (a vida)

A vida não faz o menor sentido.
O mundo nunca foi ordenado.

Há uma leveza simples no viver.
Não há destino traçado.
Não há mais caminhos sem volta.
E nem missões a cumprir.

Não há o ontem doloroso, nem o futuro sempre esperança.
Não há nada.
Há apenas agora.
E falta de ordem.
E este momento.
Onde vivemos e levemente existimos.

E não há limite no agora.
E os planos não nos satisfazem de nada mais que decepções.
Não há nada,
há apenas este breve segundo do agora,
levemente suspenso como uma poeira no vento.

E a vida se vê efêmera como um sopro num dente-de-leão.

3 de julho de 2009

Apaixonada Dualidade

Essa dualidade de existir humano me apaixona.
Ser sentir e ser prazer.
Ser amor, nobre e poético.
E bêbado, sexual e irascível.

Esta vontade que contrasta o sentir,
que nenhum poeta, profeta ou filósofo resolveu.
Este caminho de várias saídas.
Viver assim efêmero e assim eterno.
Ser este sem sentido me apaixona.

Esta qualquer contradição em que se faz a vida é maravilhosa.
Choro e rio com ela.
Sofro e sorrio.
Sou e nem sei mais, ao mesmo tempo.

Quero às vezes a completude da paz,
mas se assim fosse
seria humano?

Prefiro às vezes ser apaixonado,
ser só assim, ridículo, humano,
e poeticamente belo, como somos todos nós.