26 de janeiro de 2010

Só por hoje?

Sem poesias nem reflexões por hoje,
Quero apenas o humano normal, raso e sem brilho.
Quero só a leveza da existência sem porquês.
Só por hoje. Por hoje é só futilidade, e frivolidades.

Necessito de férias de mim mesmo e do mundo.
Desejo o vazio interior.
Chega de turbulências.
Chega de questões.

Me deixe em paz.

18 de janeiro de 2010

Religio


É tempo de religar.

Palavras simples, para mais uma previsão qualquer daquele que sempre previsto tem mania de surpreender e assustar. O Futuro.

Antes que seja então, aquela que sempre se tem, e sempre se quer mas nunca se preenche e por infeliz que somos nos guia. A vontade.

Por impossibilidade, nem um nem outro então, que fique apenas aquele segundo simples perdido entre tantos outros segundos, que pretende mudar os que o sucedem, o momento do desígnio. A ação.

É tempo de religar.
Religuemo-nos. Reflitamos. Reviremo-nos. Encontremo-nos.

Sobre a Chama.

Louvado seja o Eros
por gerar tamanha vivacidade turbulenta em um ser para que ele adore e duvide de sua condição,
ao mesmo tempo em que perde sua sanidade no prazer e luta contra a dor de não ter mais razão.

Louvada seja essa condição,
que é antítese pura até em metalinguagem.
Que é dual até quanto a sí mesma.

Louvada seja
pois tem o poder de confudir o poeta.

13 de janeiro de 2010

Eros é chama que arde sem se ver.

O Eros me alimenta,
me apetece,
me aquece e acaricia.
Mas nunca me basta.

Humano e carnal que é,
o vivo, mas não me concebo nele.
Apenas desfruto.
Como um brinquedo exótico para uma criança,
eu me divirto.

Longe de me completar,
Vocês o dão a mim e criam a ilusão de posse e constância.
Tolos.
Eros é chama. E apaga.

Eros é chama. E apaga.
Deve-te lembrar.

A incompletude em mim existe para sentimentos maiores.
Não se considere precipitadamente parte que me falta,
Por que em geral, você não o é.

O efêmero brilha-me os olhos.
Abre-me o sorriso e cria-me a risada.
Mas cansa-me, e cansa rápido.

No fim, não te aflijas.
Sentimentos não são como flores
(como repetem irrefletidamente os tolos).
Antes são como árvores, basta sim que se regue,
mas o crescimento nunca é assim tão rápido.

Pode te tornar parte de mim,
mas nunca te comportes como se o fosse antes que te tornes.

12 de janeiro de 2010

Eros


Alguma coisa nasce em mim,
Que traz de volta uma velha incerteza,
Que cria um medo bobo (em nós),
E me lembra aquela antiga insegurança juvenil.

Alguma coisa nasce em mim,
Que me tira o sono,
Que me rouba a mente e me faz insano, confuso.
Tanto que me impede de saber perfeitamente o que é que nasceu.

É uma antítese qualquer inventada há muito tempo,
Que é simples mas altamente complexa quando vivida.
Que cabe na calma de um abraço e na turbulência do beijo.
Que se resume no arrepiar da pele e também no bagunçar dos cabelos.

Não sei o que é,
Sei apenas da confusão de felicidade, dúvida, completude, incerteza, paz e medo,
e outros sentimentos mais que me inundam.

Sei que o que me causa isso é você.
Sei que quero mais (disso e de você).
Sei que já me tornei uma mistura disso, de você e eu.
Em uma frase?
Estou apaixonado por você.