22 de janeiro de 2015

Ella

Ela.

É como um quadro,
posso contempla-la por horas
e sempre acharei novos traços
a me deslumbrar.

Novas partes que se emaranham
no meu velho emaranhado.

É como descobrir uma obra perdida
e decifra-la, quem sabe.
Viver o encanto de seu mistério.

O mistério,
o achado e o perdido do homem.
Aquele que nos atrai e acende,
pois, em sua busca achamos a nós mesmos.

É absurdo natural,
descuido do acaso da mãe natureza,
que haja tão bela flor,
dotada de essência tão leve e profunda.
E quão bela em sua profundidade.

Ela.

É como a primeira noite de primavera,
O começo,
de incerto destino de florescer.
Uma daquelas noites nas quais os homens se perdem.

Mas,
eles se acham
ou se perdem pra sempre?
Nas brumas do mar, nas névoas da noite,
na ilha do espírito?

Iria o velho deserto errante do destino,
de repente conceder ao viajante empoeirado
a velha direção sinuosa
do oásis do amor?
O porvir dirá.

Ela.

Que me inspira esse poema sem permissão.
Que me tira o sono.
Que leva meu ar.
Que me rouba a razão.

Ela.