28 de janeiro de 2009

O Olhar

Há poucas coisas no mundo que acho que entendo.
E há muitas outras das quais não faço nem idéia,
Como aquele olhar.
Assim tão duradouro e incompreendido
Como o de Sabina para Franz*
Daria todo um glossário de palavras (não ditas) incompreendidas

O que queria aquele olhar dizer?
Assim depois de tantos anos!
Quando nossas vidas estão tão habituadas a estarem distantes.
Não te compreendi.
Apenas sei que talvez tenhas deixado em minh’ alma sua última marca profunda.
E acredito que morrerei assim sem saber
Das mil apalavras que ali foram ditas.

Talvez algum tipo venenoso de adeus?

*A Insustentável Leveza do Ser – Milan Kundera