26 de fevereiro de 2012

Tempo

Por quantos anos mais?
Ainda por quantos anos ,
eu manterei todas essas lembranças?
Eu me lembrarei de todos esses momentos?

Por quantos anos mais,
 eu me lembrarei desses momentos que agora me constroem?
Eu demorarei quantos anos para esquecer alguns amigos?
Todos eles vão mesmo permanecer?
Mesmo a favor da minha vontade?

Essas paredes,
Quantas memórias elas guardam agora, que o próximo inquilino ira apagar?
O quanto da minha vida permanecerá em mim daqui a alguns anos?

Eu posso manter algo de mim agora,
ou minha memória irá me trair e apagar cada um dos segundos que me carecem tanto?

Esses sorrisos e choros foram em vão?
São além da ação do tempo?
Meus amores passarão?
Me cansarei de tudo, e quererei vida nova?
Será assim o tempo tão cruel?
Me deixará com tão pouco no fim?
Que filme passará em minha cabeça no fim?
Lembrarei desses momentos?
De que momentos lembrarei?
Lembrarei de algo?
Se esquecer tudo, quem serei eu?

Esses momentos.
São tudo que tenho.
E tudo que sou.
Peço apenas que não me retire os sorrisos sinceros.
Os abraços apertados.
Os choros sem solução (meus e seus, de todos vocês)
As noites divertidas, que não tiveram fim.
Os cafés no meio da tarde que mudaram meu dia.
Os encontros inesperados que tornaram minha vida um pouco menos ridícula.
As conversas até cedo que me fizeram um homem melhor.
Os pequenos momentos em que tive coragem de confessar meu amor.
Os grandes momentos em que tiveram coragem de confessar o amor por mim.
As risadas. As que não pude conter, que mostrei as gengivas e perdi o ar.
Tempo,
não me tire nada disso.

Por que isso, é o que sou,
 e o que amo.

O que fará de mim, ó tempo?