23 de janeiro de 2008

Eu Metade.

Eu em mim sou dois.
Nenhum deles sou eu.
E qual deles eu sou?
Eu sou metade.
Metade um, metade outro.

Por isso não sou,
nunca fui.
Sempre estou.

De nós em mim
há um que gosto.
E outro.

E nínguem nos conhece aos dois,
porque dos dois, os dois mandam,
dos nos os eus mudam, e desmudam.
E eu não sei.
Um é luz, outro homem.

Um sou bom,
o outro sou eu.
Um sou eu,
o outro machuca.
Um fala muito,
outro age demais.

-Eu amo.
-Não sou bom o bastante para tanto,
já fiz chorar demais.
-Os erros são para que um dia não sejam mais.
-Mas eu repito, sofro e morro.
-Sou infinito,feliz e amo.

Nós não se entendem.
Cansei.
Quero ser um.
Mas ainda não, por enquanto só metade.

Um quero ser livre, e para o outro sou louco.
Outro sou preso e para o um estou doido.

2 comentários:

Anônimo disse...

esse seu poema é lindo.
" sou infinito feliz e amo"
verso louvável.

Mary disse...

Meu eu METADE...
kkkkkkkk...
o poema é maravilhoso, perfeito...
Parabéns por ser essa pessoa que você é!
te amo Nicius :)