18 de março de 2010

Para suportar existir.

O que faz valer a pena estar vivo?
Jogados nessa miscelânea de eventos, em algum momento
o espelho nos pergunta:
O que faz valer a pena estar vivo?

Sobrecarga de trabalho.
Falta de tempo.
Pouco descanso.
Mas vale a pena?

O quê?
Pergunto à aquele vidro estranho que me repete.
O quê? Senão os ideais
Ele responde.
São, sempre foram e serão
Eles que movem essa miséria que é a vida humana.

Pouco palpáveis.
Arriscados.
Vêm sempre cheio de dúvidas e medos.

Mas o quê? Senão os ideais mais utópicos que nos completam.
Nos dão um porquê.
Uma causa qualquer para suportar existir.

Ora meu caro.
A TV ligada me respondeu,
Devia lucrar.
Devia pensar em meus futuros filhos, e em alimentá-los.
Devia comprar do melhor e apenas assim viver melhor.

Mas meu reflexo não me deixou mentir.
Melhor vive aquele que tentou, morreu tentando,
ou apenas formulou um ideal qualquer.

O quê? Senão a utopia.
Terminou dizendo meu espelho.

Essencial mesmo, são os sonhos.
Suspirou minha criança que tinha vindo assistir.

6 de março de 2010

Que fazer?

Revendo a fé, reavendo conceitos, revirando-me.
Me remexo tanto, que nessa confusão de existir perco alguns pedaços de mim,
só para acha-los depois e não saber mais de onde vieram.

Procuro em mim, o que falta no mundo.
Na utopia ingênua de que possa mudar qualquer coisa.
Ainda assim renitente repito meu "devo fazer"
sempre sem saber o que.

Os buracos deixados no mundo não me contém.
Não me tocam. Mas me angustiam.
Nesse quefazer pouco definido, ainda falta a definição de mim.

Que se fará primeiro? Eu ou a solução do mundo?
Minha ação poderá esperar o meu rencontro de mim?
Sonho que nasceu morto? Ingenuidade adolescente?

Ô Deus, ando tão perdido, na procura de seu encontro.

Mas ainda sonho toda noite com minha utopias.
E em minha cama quente sempre acho que devo tentar.
Mas o vento frio da vida que criamos, sempre me lembra a minha falta de coragem.

Ô Deus, ando tão confuso, nessa ambiguidade entre sobreviver e viver pelo mundo.

Mas ainda sonho toda noite com minha utopias.
Acredito, mesmo sem lógica ou razão, que serei capaz daquilo que eu ainda nem sei.
e o mesmo medo sempre me acorda.

Ô Deus, ando tão sonhador, e tão imóvel.
Ô Deus...