29 de dezembro de 2011

Votos

Em 2012 eu não te desejo nada.
Não te desejo prosperidade, saúde ou amor.
Porque nada disso poderá garantir a você um bom ano.
Porque nada disso pode garantir que você seja feliz.

Então, eu desejo que você tenha coragem para olhar para si.
Que você veja quem você realmente é (inclusive e especialmente para você mesmo).
Depois, desejo que tenha ainda mais coragem para perceber tudo aquilo em você que não te faz bem (ou não o faz a alguém).
E então, desejo a coragem maior de tentar mudar a si.

Só assim, você terá realmente um ano bom, pois será de fato feliz
(independente da situação que qualquer um poderia vir a te desejar).
E naturalmente vai acabar espalhando um pouco dessa felicidade por aí,
Fazendo o mundo um lugar pouco menos frio.

Um ano de lapidação para você (e para mim) é meu desejo!
Sejamos felizes!

Agora se você é muito medroso para olhar para si, então realmente te desejo todo o dinheiro do mundo, uma saúde perfeita, e um(a) companheiro(a) forte.
Porque sem essa coragem primária, você com certeza vai precisar de todo apoio que conseguir.

Feliz ano novo!

19 de novembro de 2011

Aos amores que valem a pena

Algumas pessoas medem a qualidade de seu relacionamento pela intensidade da força da paixão. E isso é importante, é claro.
Outras pessoas medem pela quantidade de afeto recebido. Isso também é importante.
Outras ainda pela qualidade do sexo. Que é indispensável.
Ou até pela possibilidade de planos de vida em comum.

Mas eu, em vez de escolher pelas turbulências que podem facilmente ser encontradas pela vida afora,
prefiro avaliar meus relacionamento pela intensidade da paz que sinto em companhia do alguém.

Porque existem várias qualidades em um relacionamento, vários sentimentos envolvidos, que tem que estar ali.
Mas a paz, de um amor intenso,
é na mesma medida rara, e indescritivelmente prazerosa.
Porque dai, derivam-se o bom sexo, o afeto despretensioso, o entrelaçamento de vidas e até a paixão ardente.

É sempre a melhor escolha.
Dediquem-se apenas aos amores que valem a pena!

18 de outubro de 2011

Aos Amigos

Não sei se sou a pessoa que queria ser quando crescer
Não faço idéia se meu pai terá orgulho de mim
Não tenho como saber se minha mãe dirá que seu filho foi um grande homem
Nem se minhas namoradas diriam que foram felizes.

Não sei se vivi a vida como se fosse a última.
Não sei se fui feliz sempre que pude.
Não sei se aproveitei as oportunidades que a vida me deu.
Nem se ao menos sorri mais que chorei.

Não sei se dei o melhor de mim.
Nem se deixei alguma coisa de bom para alguém.
Não faço idéia se mudei a vida de alguém.
E acho que não consegui mudar o mundo.

Nunca saberei se fui tudo aquilo que meu destino mostraria nas estrelas ou nas runas.
Muito menos saberei se o amor que dei foi maior do que o que recebi,
Ou se fui a mudança que queria ver no mundo.

Mas tenho a profunda certeza da única coisa que mantêm.
Tenho absoluta certeza que tive amigos.
E que se morresse agora, agradeceria e morreria feliz por tido a benção de conhecer
pessoas tão maravilhosas quanto eles.

Se não fui um bom homem,
Sei que me deixaram reclamar e me amaram mesmo assim.

Se não aproveitei minhas oportunidades,
Sei que ofereceram o que tiveram (e eu faria o mesmo).

Se não vivi a vida como se fosse a última,
Tenho certeza que eles fizeram com que essa vida errada fosse a melhor que alguém poderia querer.

Se chorei mais que sorri,
Devo esses raros sorrisos a cada desses grandes homens e mulheres.

Se não mudei o mundo,
Ao menos compartilhei a esperança de um lugar melhor com pessoas que sonhavam como eu.

Se não sou quem eu queria ser quando crescer,
Cresci com quem eu queria, e sei que eles me fizeram crescer muito além do possível.

Não tenho palavras boas o bastante para o fim desse poema.
Tenho só uma imensa quantidade de amor, que sei que recebi de quem não esperava nada em troca.
Mas ainda sonho em devolver ao menos uma poção de todo esse amor que sei que recebi.

Enfim, Amo cada um de vocês.

28 de julho de 2011

Crônica de Saudade e Perda

A Primeira coisa que fiz quando cheguei em casa depois que ela partiu,
foi ir meio sem pensar arrumar a bagunça do quarto
em que estivemos nos último dias.

Sabe, eu não costumo ligar para bagunça,
então percebi que não era por isso que arrumava o quarto.
Fazia meio por que tinha que me prender a alguma coisa,
qualquer uma,
arrumar foi útil, me dava de quebra alguma
ordem lógica a qual me ater.
Havia algum vazio interno que precisava ser preenchido,
dessa vez, com qualquer idiotice concreta.

Não, ela não morreu.
Só viajou, e eu a verei em breve.
Mas o sentimento que eu escondia com a limpeza do quarto,
era a perda.
Como se sentir na perda de alguém que se ama?
Bastou perguntar.


E o vazio me encheu por completo.
Sobrou a máquina irracional arrumadora de quartos.
E a verdade é que na perda,
não se sente, não se pensa, não se fala.
Talvez a dor seja tão grande que o vazio seja mesmo a melhor opção.

É como uma poesia rasgada, a palavra não dita, o brinquedo esquecido,
o veterano do asilo, o último aplauso do último show.

É o vazio que resta no lugar daquilo que nos preenchia e agora se foi.

4 de julho de 2011

Desentalo

A incapacidade de definir como estava na verdade se mostrou pura incapacidade de admitir uma dor profunda demais para ser socialmente agradável.
Então apresento ao mundo a parte de mim que venho sem perceber tentando esconder.



Muito prazer sou o reflexo tosco do homem quase bom que fui um dia.

Minto pra mim todos os dias para levantar da cama com algum resto de estima
Pois o que restou de mim são ecos de um eu mais intenso e mais interessante
Que pensava por si só e que vivia a vida pura,  destilada no mais puro veneno ou perfume
(tanto fazia conquanto que fosse verdadeira)
Que infelizmente agora é para mim apenas lembrança e contra-senso.

Sinto que hoje sou apenas um resto do “vivi” sem ser capaz de dizer “vivo” ou “viverei”

Muito novo aprendi a viver e voar e sentir e ser sem limites ou pontuação
Mais novo ainda não consegui deixar de morrer.

Mas hoje, sinto dizer:
Muito prazer sou o reflexo tosco do homem quase bom que fui um dia.

As vezes desejo que não tivesse sabido da vida o que soube tão cedo.
As vezes desejo que tivesse vivido e sofrido antes de saber o que isso tudo queria dizer.

Porque agora, sei que nada sei, e nada saberei, e perco o interesse por tudo que possa saber.
Já que pra mim, no fim, poderei no máximo saber muito, sem conseguir de fato viver.
A vida se mostrou um mistério profundo demais,
Sem a resposta do qual não serei capaz de existir.

Portanto,
Muito prazer sou o reflexo tosco do homem quase bom que fui um dia.

A falta de sabor que gozo, e transmuto de sabor para o mundo todos os dias
já cansou. Não me basto na vontade de ser eu mesmo e de satisfazer o que quer que eu seja.
Não sei quem sou, e não caminho na direção de saber.
A falta de mim, causou uma falta de tudo, que suga tudo que tento ser e todos que tento aprazer de tal maneira que jamais serei capaz de ver cores ou prazer, já que sem me definir não saberei amar a mim, e assim não amarei ninguém, e enfiando o amor nesse discurso solto e sem sentido percebo que já me perdi novamente nos labirintos de sentir do meu próprio coração.
Apesar de saber que um dia senti o que deveria ser de verdade.
A época em que apenas senti e vivi e ponto.

Portanto,
Muito prazer sou o reflexo tosco do homem quase bom que fui um dia.
Pena você não ter me conhecido como sou (ou como fui).

8 de maio de 2011

Uma carta para você.

As vezes eu amo tanto as coisas como elas são,
que eu começar a pensar que eu posso e sou feliz.

Eu posso estar certo?
Talvez não.

Eu posso estar sábio?
Talvez não.

Eu posso estar belo?
 Talvez não.

Mas eu posso estar bem. 
Talvez sim.

Sei que estarei vivendo minha sinestesia solitária.
Secreta.
Só minha.
Mas tão sua
Que me faz pensar
Que talvez você seja para mim
Mais do que sou para ti, e ai esqueço.
Pq sei que você é simplesmente tudo aquilo 
que eu
queria.

Te amo.


De: Vinícius Menezes
Para: a Vida