30 de janeiro de 2008

E Sem Mais Nostalgia.

Estranho momento de ser,
é o decidir esquecer.
Decidir fraco, que por si só se desmente,
sem saber que decidir esquecer é manter a lembrança na mente.

Mas talvez seja um passo.
E quando tentar me lembrar,
só verei um espaço.
Há momentos que tem que ficar,
para que outros venham.
Adeus.

Então viro essa página
com o ponto final desse poema.
E deixo por aqui os risos de escola, beijos de namorada,
essa rima chata e sem nada.
Filosofia ao luar, pique-pega, uns erros a mais, frases de amor,
cerveja e cigarro.

E toda minha saudade dos eus que já fui.

23 de janeiro de 2008

Déjà vu.

Estou só no nada,
cheio de vazios
conquistados com tantos erros traiçoeiros e imperceptíveis.
Cansado de tudo de novo.
Porque me tornei uma maldita repetição de erros,
uma estranha máquina de dor.
Alguma coisa torta em mim.
Alguma mucosa podre em meu coração.
Eu perdi, e estou de volta a mim mesmo,
mas só a mim.
Nem amigos.
Eu só.
E esta velha dor.

Me desculpem, minhas luzes não encontram mais túneis,
só fins.

Eu Metade.

Eu em mim sou dois.
Nenhum deles sou eu.
E qual deles eu sou?
Eu sou metade.
Metade um, metade outro.

Por isso não sou,
nunca fui.
Sempre estou.

De nós em mim
há um que gosto.
E outro.

E nínguem nos conhece aos dois,
porque dos dois, os dois mandam,
dos nos os eus mudam, e desmudam.
E eu não sei.
Um é luz, outro homem.

Um sou bom,
o outro sou eu.
Um sou eu,
o outro machuca.
Um fala muito,
outro age demais.

-Eu amo.
-Não sou bom o bastante para tanto,
já fiz chorar demais.
-Os erros são para que um dia não sejam mais.
-Mas eu repito, sofro e morro.
-Sou infinito,feliz e amo.

Nós não se entendem.
Cansei.
Quero ser um.
Mas ainda não, por enquanto só metade.

Um quero ser livre, e para o outro sou louco.
Outro sou preso e para o um estou doido.

10 de janeiro de 2008

Amor não arde.

"Amor é fogo que arde sem se ver", mentira!
Na verdade amor não arde.

E hoje meu coração dói,
e essa dor me ensina uma dura lição:

Jamais direi: Homens não amem.
mas sempre hei de dizer: Homens não se apaixonem.
E: Não confundam amor e paixão.
Paixão é gás venenoso que penetra, com promessas de amor,
todo meu corpo carente, e me mata "feliz", e aos poucos.
Paixão é prisão, e amor liberdade.

Paixões vão sempre te machucar,
mesmo que prometam o contrário,
mesmo que levemente,
mesmo que no fundo da alma, vai sempre doer.

Talvez por orgulho seja difícil ver uma ex-paixão apaixonada
(e por alguém que não você).
Talvez por fraqueza.
Talvez por medo.
Talvez por carência.
Talvez por falta de fé.
Fato é que paixões machucam.
E machucam por muito tempo.
Por isso digo: Amigo, não se apaixone.

Porque paixões doem como alfinetadas no âmago do ser,
e doem por sempre acabar,
acabam por estarem fadadas ao fim, por não serem infinitas,
não são infinitas por não serem amor,
e não são amor por estarem afogadas em ciúmes,
em insegurança, em dependência, em restrições e principalmente
por doerem em vez de acalentar o coração.
"Que seja eterno enquanto dure", mas dura pouco, sempre.

De novo digo: amigo não se apaixone,
e falo: Nunca diga que ama se só esta apaixonado.

Talvez você não me entenda,
mas se pudesse sentir a dor do vazio causado pela paixão,
você não me questionaria.

A dor e o amor são universais,
e a escolha também.
Esta ultima é sua.
Desista da dor largando as paixões e siga o amor.
Porque Camões não conhecia o amor,
mas sofria muito por paixão.