4 de fevereiro de 2010

Talvez Poesia

Por quê?

Se em meio a tanto caos e desgraça vive o homem,
(e vive cego feliz)
teria eu que nascer com a pior desventura, sentir.

Se nessa vida tudo acaba (nos ensinam)
teria eu que entender que somos pra sempre?

Nesse mundo de pontos finais,
teria eu que nascer interrogação?

Essa estranha marca de linguagem que sou,
miscelânea de sentimentos em tufão que rege meu coração,
o tambor.
Que toca renitente uma nota só,
amaldiçoado a jamais fazer música ou poesia que consiga explicar
o seu sem razão sentir.

Estou fadado eu, interrogação a viver da minha companheira,
a potência de fala, reticências?

Talvez. (palavra dotada de toda angústia do quase responder)
Imagem de Ítalo Agra

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