28 de julho de 2011

Crônica de Saudade e Perda

A Primeira coisa que fiz quando cheguei em casa depois que ela partiu,
foi ir meio sem pensar arrumar a bagunça do quarto
em que estivemos nos último dias.

Sabe, eu não costumo ligar para bagunça,
então percebi que não era por isso que arrumava o quarto.
Fazia meio por que tinha que me prender a alguma coisa,
qualquer uma,
arrumar foi útil, me dava de quebra alguma
ordem lógica a qual me ater.
Havia algum vazio interno que precisava ser preenchido,
dessa vez, com qualquer idiotice concreta.

Não, ela não morreu.
Só viajou, e eu a verei em breve.
Mas o sentimento que eu escondia com a limpeza do quarto,
era a perda.
Como se sentir na perda de alguém que se ama?
Bastou perguntar.


E o vazio me encheu por completo.
Sobrou a máquina irracional arrumadora de quartos.
E a verdade é que na perda,
não se sente, não se pensa, não se fala.
Talvez a dor seja tão grande que o vazio seja mesmo a melhor opção.

É como uma poesia rasgada, a palavra não dita, o brinquedo esquecido,
o veterano do asilo, o último aplauso do último show.

É o vazio que resta no lugar daquilo que nos preenchia e agora se foi.

3 comentários:

Anônimo disse...

Adoro tudo o que você escreve. Me faz sorrir e refletir... é belo.

Anônimo disse...

As coisas continuam acontecendo...
a vida continua...
é preciso mostrar que se está bem,
mas o vazio no peito não te deixa negar (a você mesmo).

Lindo!

Anônimo disse...

lindo suas poesias faz pensar na vida...