Há dias em que o cansaço do corpo se torna sórdido,
toma gostos de sádico e se alastra para a alma.
Vai devagar ganhando território, te convencendo que sempre esteve ali.
Drena o caleidoscópio de cores do existir, até que fique só o cinza.
Um cinza forte, denso e vil, que ofusca.
Escurece o desejo de um amanhã melhor,
Ofusca os passos que demos, e nos movemos sempre estáticos.
Lentamente, turvando até mesmo um pouco de quem somos nós.
Fica esse cinza escuro dominante, com cheiro de velho e de mofo.
Sempre vence.
Desfaleceremos num sono agitado ou não.
E amanhã descobriremos se o sol nascerá mesmo de novo.
No mar de existir, vive-se um dia de turbilhão e outro de calmaria,
até que se afunde.
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